Nas
últimas semanas, nas aulas de Educação Física da turma do 4º ano 02, os
alunos
estão tendo contato com uma forma diferenciada de jogar
“Uno”, um jogo de mesa muito conhecido dos alunos e que vem sendo
utilizado como um recurso didático pedagógico em algumas aulas.
Porém, como o jogo oficial requer muito do sentido da visão para a
diferenciação de cores, números e símbolos a professora pensou em
uma forma de adaptá-lo para que todos pudessem jogar, pois, nesta turma há a aluna Marcelli Vitoria Tomazi, com deficiência
visual-cegueira. A ideia da professora de Educação Física Djeniffer, que surgiu da busca
por mais uma forma de incluir e socializar a aluna com os demais
alunos foi a de transcrever as cartas para o Braille. Desta forma, a
professora solicitou ajuda à profissional de apoio Samara Barbi
Festratti que realizou a transcrição. Todas as cartas agora estão
também em Braille o que possibilitou a participação da aluna no
jogo e também o maior contato dos demais alunos com este sistema
diferenciado de escrita e leitura utilizado por sua amiga de turma.
O
sistema Braille
O
sistema Braille é um processo de escrita e leitura baseado em 64
símbolos em relevo, resultantes da combinação de até seis pontos
dispostos em duas colunas de três pontos cada. Pode-se fazer a
representação tanto de letras, como algarismos e sinais de
pontuação. Ele é utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão,
e a leitura é feita da esquerda para a direita, ao toque de uma ou
duas mãos ao mesmo tempo.
O
código foi criado pelo francês Louis Braille (1809 - 1852), que
perdeu a visão aos 3 anos
e criou o sistema aos 16. Ele teve o olho
perfurado por uma ferramenta na oficina do pai, que trabalhava com
couro. Após o incidente, o menino teve uma infecção grave,
resultando em cegueira nos dois olhos.
O
Brasil conhece o sistema desde 1854, data da inauguração do
Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, chamado, à época,
Imperial Instituto dos Meninos Cegos.
(Texto: Professora Djeniffer Dombrowicz Vasques)